Hoje dei uma grande passo na minha vida! Não, não me consegui inscrever no centro de emprego, mudei de casa! Finalmente consegui encontrar o cantinho ideal. Permaneço num prédio, caso contrário não haveria terceiro esquerdo e o meu blogue deixava de ter sentido. Um espaço agradável, com um jardim e um parque infantil onde as crianças vivem felizes, os vizinhos são simpáticos, existe um bom espaço comercial, uma escola com as condições necessárias para sustentar um grande numero de alunos. A entrada para os espaço habitacional é restrita apenas a moradores, apenas podemos estacionar os veículos nas garagens particulares, e a política interna do agregado habitacional assegura as boas condições das instalações e de saúde dos moradores.
Esse seria o cenário ideal para um cidadão íntegro que se quisesse casar e originar descendência fértil. Mas a realidade é outra. Permaneço na mesma casa e ainda não a acabei de pagar. Uma zona imunda, com marcas de sangue nas paredes, e seringas nos becos das ruas, as pobres crianças andam na rua porque não querem ir para casa ouvir os berros dos progenitores, a maior parte dos inquilinos não são simpáticos e evitam os contacto com os vizinhos com receio de um deles ter a intenção de os burlar. No fundo da rua há uma tasca que encerra sempre com sessões de violência gratuita entre dois ou mais embriagados, a escola mais próxima situa-se a cinco quilómetros de distância e encontra-se em mau estado, com praticamente os vidros todos partidos, e os alunos fumam livremente no recreio. O silêncio só entra em cena às 4h da manhã, aquando a as ressacas. Esta é a dura realidade.
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